Música “DISCO”: Um laboratório de Liberdade

Foto: Paradise Garage, 1979, por Bill Bernstein

No fim-de-semana, na Philharmonie de Paris, inaugurou uma grande exposição (“Disco – I’m Coming Out”, patente até 17 de Agosto) sobre o fenómeno “disco” que irrompeu no início dos anos 70 nos EUA, para se transformar num acontecimento planetário. Enraizada na cultura afro-americana, herdeira da soul ou funk, o “disco” foi inicialmente visto como efémero, plástico e sem conteúdo político, mas viria a marcar sucessivas gerações pela dimensão sociopolítica e festiva, um laboratório de liberdade para diferentes minorias e lutas, com destaque para os direitos cívicos negros, a comunidade gay e movimentos feministas.

 

Uma história com ressonância no presente, quando forças reacionárias no poder questionam direitos adquiridos ao longo de anos, em particular nos EUA, onde o período de afirmação do “disco” é indissociável da história do movimento LGBTQ+, uma dimensão progressista e transgressiva que antecipou a atual cultura queer e muitas das questões que a animam. Ao longo dos anos escrevi várias vezes sobre um dos acontecimentos mais menosprezados e incompreendidos durante décadas, vindo a revelar-se como dos mais surpreendentes da cultura popular. Este texto é de 2004.

 

*A Vingança “Disco”

 

“Dizia-se que seria efémera, que não duraria mais do que um Verão, mas continua a provocar ondas de entusiasmo décadas depois. Era apenas para minorias “gays” e negros, mas não existe casamento tradicional ou festa privada onde não se oiça “I feel love” de Donna Summer ou “Le freak” dos Chic, perante o delírio incontido de pais e filhos, negros e brancos, de diversas opções de género. Era superficial, mas por detrás dos êxitos óbvios escondiam-se preciosidades desconhecidas como Arthur Russell. Era inofensiva, mas originou situações impensáveis e revolucionárias nos comportamentos e, ainda hoje, provoca um disfarçado mal-estar.

 

A cultura rock gritava “disco sucks!”, mas afinal o “disco” antecipou o declínio do rock, impondo novos modelos de criação e fruição da música e antecipando o advento da cultura de dança. Era um fenómeno de massas, mas a revisão histórica revela que as movimentações mais relevantes foram originadas por agentes anónimos como Nicky Siano ou David Mancuso em clubes obscuros como o The Loft ou The Gallery. Estava enterrado, mas projetos do presente como os Metro Area ou !!! (Chk Chk Chk) inspiram-se no seu legado, enquanto compilações como “The Gallery” ou “Unclassics” revelam novas pistas sobre o género.

 

Já se sabe que os chavões tendem a reduzir a pluralidade do mundo e as suas múltiplas possibilidades de interpretação, mas no campo da música popular poucos fenómenos como o “disco” (ou disco-sound como ficou conhecido em Portugal) criaram tantos mal-entendidos. O “disco”, sabemo-lo hoje, enquanto tipologia musical, fenómeno social ou pauta que refletiu, ampliou ou antecipou comportamentos, constituiu um dos momentos mais diversos, complexos e ricos da história da cultura pop.

Foto: David Mancuso, 1971, The Loft

 

Depois do twist, a música de dança quase desapareceu. O movimento hippie preferia a folk e o rock e apenas uma minoria negra se interessava por James Brown, Sly Stone & The Family Stone ou Isaac Hayes.  As movimentações mais excitantes já não se passavam nos clubes elegantes de Manhattan, mas sim em pequenas festas em clubes ignorados como o Salvation e Sanctuary, que albergavam “gays”, negros e latinos. Estávamos em 1969, na cabine de DJ estava Terry Noel – mais tarde substituído por Francis Grosso – e a música que se ouvia era uma mistura de soul, sons latinos, funk e rock. O “disco” dava os primeiros passos.

 

Francis Grosso e David Mancuso definem a arte do DJ.

 

O americano Francis Grosso foi o primeiro DJ-autor, alguém que conseguiu olhar para a sua atividade como um processo criativo, para além da função mecânica de fazer dançar. Não se limitava a passar discos, manipulava-os de forma a que peças individuais de soul, funk secções rítmicas aceleradas e coros de gospel entrassem em conexão entre si, prenunciando a era “disco” antes do género ser conhecido da indústria.

 

Com a exceção de algumas formas da música jamaicana, o “disco” foi a primeira música pop a ser inventada a partir do gira-discos e mesa de mistura. Nasceu nos clubes, via DJs, e não em estúdios, convertendo-se na primeira música pop iniciada pelos seus consumidores. Em vez do artista elevado pela cultura rock à categoria de demiurgo, no “disco” os atores principais eram os DJs, os produtores e o público anónimo.

 

Na alvorada dos anos 70, outros espaços e agentes ficaram conhecidos em Nova Iorque, como o The Gallery de Nick Siano ou o The Loft de David Mancuso. Este último personificava o discreto amante de música.

 

As festas semanais que promovia no seu apartamento da Broadway eram inicialmente apenas destinadas a amigos, mas a aglomeração de pessoas à porta era tal que anos depois do seu início em 1972 foram transferidas para um espaço de maior dimensão, onde permaneceram até à década de 80. Mancuso não tentava misturar, simplesmente passava discos de que gostava, canção atrás de canção, criando um contínuo de emoções e de ambientes através da música, mas rapidamente se transformou no DJ preferido da comunidade “gay”.

 

Nos primeiros anos da década de 70, espaços como o The Loft, representavam para a comunidade gay a oportunidade de experienciar e expressar a sua sexualidade longe de olhares hostis. O “disco” transformava-se na demonstração de que todos os tipos de comportamentos e linguagens eram possíveis, mesmo não sendo toleradas pela sociedade dominante. Na altura, Nixon era presidente e a guerra do Vietname continuava, mas nas caves escuras criavam-se pequenos nichos de liberdade. Nas palavras irónicas do sociólogo americano Jim Curtis, o “disco” celebrava “a sobrevivência aos anos de Nixon” e para o confirmar, recordava, com sarcasmo, títulos de canções como “Stayin’ alive” dos Bee Gees ou “I will survive” de Gloria Gaynor.

 A música “disco” é física, “um verdadeiro fórum de corpos em liberdade”, diria mais tarde o escritor Truman Capote, e o clube de dança a sua zona protetora. A música falava diretamente ao corpo. A função verbal das letras (“set me free”, “set your body free” ou “let your body go”) é puramente perfomativa. Nenhuma história é contada, quase todos os traços de sintaxe e estrutura são eliminados e as pequenas unidades de linguagem transformam-se numa espécie de eco do ritmo. Tudo gira à volta do corpo num convite para ele se perder no ritmo, enquanto o DJ assume o controle, seduzindo os ouvintes para o seguirem noite fora.

 

As raízes da música.

 

DJs como Grosso ou Mancuso passavam todo o tipo de música focada no ritmo, alterando ligeiramente a velocidade dos discos de Curtis Mayfield,  Isaac Hayes, Ohio Players ou êxitos da Motown. A música “disco” derivava da soul e do funk, mas existiam alguns temas mais importantes para a sua génese que outros. O crítico inglês David Toop, autor de um livro sobre o estilo, aponta temas de 1964-65 como “Out of sight” ou “Papa’s got a brand new bag” de James Brown como contemporâneos, devido à intensidade e recorrência minimalista das figuras rítmicas.

 

Mais tarde, Brown, argumentaria com a arrogância habitual que o género “era apenas uma parte do funk, o fim da canção, a sua parte repetitiva. A diferença é que através do funk entra-se no ‘groove’, não se fica à superfície como no ‘disco’”, afirmava então. É verdade que o “disco” fica na superfície do “groove”, mas não se deve retirar desse facto avaliações qualitativas. Por outro lado, os produtores do estilo devem muito a Brown, mas talvez mais ao chamado Som de Filadélfia que, no final dos 60s, deu nas vistas, graças ás texturas instrumentais, às harmonias de grupo, aos arranjos luminosos e às lânguidas dinâmicas rítmicas.

 

Às vezes funky e orgânica, outras mais sintética, a música “disco” definia-se pelo ritmo marcado, com a bateria e baixo em destaque, acompanhado de vozes quentes, arranjos de cordas herdados do Som de Filadélfia e elementos robóticos em conexão com o p-funk. Neste contexto, não existe propriamente um disco que tenha atribuído visibilidade ao género primeiro que outros, mas em 1972, através de “Soul makossa”, o africano sediado em Paris, Manu Dibango, lançava aquele que se viria a ser num dos primeiros discos a ser apreendido pelas rádios. Pela primeira vez, uma canção “disco” passava as fronteiras dos clubes noturnos chegando às grandes audiências das rádios.  

 

A apropriação pela cultura de massas.

 

A partir de 1975, aquilo que até aí tinha sido para minorias, transforma-se em cultura popular de massas. Em parte, graças ao estabelecimento de uma nova forma de movimento, o “the hustle”, dançada por casais. Pode ser definida como uma versão sintética e acelerada do swing dos anos 40, atualizada por passos apreendidos pelos latino-americanos. A dança, os rituais e o modo de vida dos seus agentes foi descrita no artigo “Another Saturday Night” de Nik Cohn, publicado na “New York Magazine”, que acabaria por inspirar o célebre filme “Febre de Sábado à Noite”.

 

Vincent, o herói do artigo de Nik Cohn, era um típico rapaz americano da classe média que, durante a semana ficava preso a um emprego de que não gostava, à espera que chegasse a sexta-feira. À noite, transformava-se. A discoteca, a música e os rituais a ela associados atribuíam sentido à sua existência. “Durante a semana, era um rapaz sorridente, disponível para ajudar os outros”, escrevia Cohn. “Aos fins de semana era um herói. Chegava a casa vindo do emprego, tomava um banho, vestia-se ao longo de quatro horas, dava um beijo de despedida à mãe e saía, confiante, para a rua. ‘Sentia-me como se tivesse sido ‘o’ escolhido’, dizia Vincent”.

 Vincent não estava só. Com ele estavam todos os outros que sabiam vestir, andar e dançar como ele. Para os “Vincents” de Nova Iorque o que interessava era a intensidade do momento. O passado e o futuro podiam esperar. Jogava-se tudo no presente – no momento em que entravam na discoteca nada mais interessava. Deixavam de ser mais um no meio da multidão. Através deles, pela primeira vez, os americanos médios entravam em contacto com subculturas das “margens”, convertendo-se no núcleo principal de consumidores de “disco”. A pista abria-se, minorias e maioria encontravam-se, e as diferenças eram, aparentemente, abolidas.

 

Os primeiros sucessos.

 

Os ecos desse artigo de 1975 chegariam aos ouvidos de Van McCoy, produtor da cantora Aretha Franklin, que acabaria por lançar um single intitulado “The Hustle”, que venderia oito milhões de cópias em todo mundo. Enquanto McCoy compunha o sucesso, Donna Summer gravava “Love to love you baby” em Munique na companhia do produtor italo-suiço Giorgio Moroder. A canção, suportada pela monotonia lasciva do ritmo e pelas excitações vocais ocasionais, tornou-se a partir daí numa espécie de padrão a seguir na composição da pop com carga erótica.

 

Um ano antes, em 1974, já o produtor Meco Monardo havia contratado a então desconhecida cantora Gloria Gaynor para gravar um par de temas, como “Honey bee!” e “Never can say goodbye”, colocando a secção rítmica (baixo e bateria) em destaque, ao contrário do que era norma até então, deixando a voz e as orquestrações lá atrás. O sucesso da operação fez sobressair o papel do produtor. Os cantores eram a face do sucesso, mas eram verdadeiramente os produtores, na sombra, que os fabricavam. Foi assim com os Boney M, uma criação de Frank Farian, ou com os Village People e a Ritchie Family, ideias do francês Jacques Morali.

 

Em 1975 as estações de rádio começaram a passar “disco” e, depois do sucesso de McCoy e Summer, toda a gente queria compor música semelhante. Canções como “That’s the way (i like it)” de K.C. & The Sunshine Band ou “Fly, Robin, fly” dos Silver Convention subiram pelos topes e clubes fora dos circuitos habituais começaram a organizar festas. A febre invadia os EUA, chegava à Europa, mas do ponto de vista da música a inovação abrandava, com toda a gente a querer reproduzir a receita de sucessos como “We are the family” de Sister Sledge, “Dance (disco heat)” de Sylvester ou “Born to be alive” de Patrick Hernandez.

 

Muitos deles são genéricos, mas por cada tema que teve sucesso junto do grande público, cinquenta outros melhores eram criados em todo o mundo e postos a tocar num qualquer clube obscuro. O ritmo de produção era impressionante e, um mesmo músico ou produtor, encoberto por diversas identidades, lançava vários discos no mesmo ano.

 

É essa a história que, em grande parte, estava por contar e que tem vindo a ser reescrita nos últimos tempos, através de reedições da época, da edição de compilações criteriosas (“Spaced Out – 10 Original Disco Funk Grooves”, “Grass Roots – Danny Krivit”, “David Mancuso presents The Loft”, “Ashley Beedle – Grass Roots” ou “Larry Levan & Paradise Garage”) ou simplesmente através do lançamento de preciosidades avulsas pertencentes a projectos estranhos ao grande público como Atmosfear, El Coco, Blackbyrds, Love Unlimited Orchestra, Little Sisters, Disco Dub Band, Raw Silk, Dinosaur L, Ingram e tantos outros.

Foto: Donna Summer

 

O que se descobre é um mundo fascinante, diverso, sincrético, onde brilhantes músicos de estúdio de soul, funk, jazz ou dub encontram produtores prontos a arriscar novos desígnios muito antes da chegada da tecnologia, manipulando tempo e espaço, inventado novos formatos (o máxi-single e a ideia de remistura) e uma música de intensidade física, mas inventiva. Como resumiu um dia o músico de jazz, Herbie Hancock, “quando mergulhei no ‘disco’ encontrei um contínuo de libertinagem estética, prazer pelas dinâmicas coletivas de improvisação em grupo e uma tentativa de ultrapassar convenções totalmente surpreendente”. 

 

A febre.

 

A música, plástica ou arrojada, era agora consumida por toda a gente, mas curiosamente o imaginário “gay” continuava a predominar, o que não deixava de causar perplexidade. Grupos como os Village People, vestidos como caricaturas de homossexuais, subiam aos lugares cimeiros dos topes com canções (“San Francisco”, “Macho man” ou “Y.M.C.A) que prestavam homenagem à sua orientação sexual, enquanto Sylvester cantava ao coração dos americanos, “You make me feel (mighty real)”. Dois anos antes, um cantor negro de lábios e olhos pintados seria ostracizado, mas, ironia das ironias, agora era adulado pelas massas. 

 

“É um momento histórico!” afirmou Andy Warhol. “Uma música de minorias chega ao grande público sem necessidade de se anular. ‘Gay’ ou ‘hetero’, a Liza Minelli ou uma assistente de cabeleireiro, toda a gente sabe o que é sentir-se ‘mighty real’ quando se trata de sexo”. Warhol, como de costume, ironizava, mas tinha razão – através da música e da fantasia que ela transportava a América redescobria-se numa forma de estar hedonista, que não pertencia a nenhum grupo social em exclusivo.

 

Foi um período em que o entretenimento como escape passou a ser uma emocionante atração, convertendo-se no centro da experiência cultural americana. Uma música simples e pegajosa chamada “disco” convertia-se no “centro” de uma cultura que havia perdido o rumo, na ressaca da retirada do Vietname e da recessão económica provocada pela crise do petróleo.  Essa é uma das hipóteses que pode explicar o sucedido, a outra é mais simples, mas talvez mais verdadeira: o debate acerca das raízes “gay” do “disco” não ocorreram no espaço mediático. A sua pré-história e os seus desenvolvimentos apenas foram apreendidos nos anos 90. Para a maioria, o “disco” havia começado com os Bee Gees e John Travolta.

 

No filme “Febre de Sábado à Noite” de John Badham, Travolta é Tony Macero – inspirado em Vincent – naquele que foi o seu primeiro grande papel. O “disco” já era um sucesso de massas, mas depois da estreia do filme, em 1977, o seu efeito multiplicou-se. A banda-sonora, dominada pelos Bee Gees, transformou-se num dos maiores sucessos de vendas da história da pop, embora os militantes da primeira hora do fenómeno tenham clamado contra um grupo que se colava a um género que lhe era estranho. Mas estiveram longe de ser os únicos. Rod Stewart cantava “Do ya think i’m sexy?“ e os Blondie  “Heart of glass“, enquanto os Queen, David Bowie, Kiss e até os Rolling Stones abordavam a tipologia.

 

A febre estava no auge e cantoras como Amanda Lear e Grace Jones, cantores como Rick James e grupos como os Earth Wind & Fire ou os Chic de Nile Rodgers e Bernie Edwards tratavam de provar.

 

O regresso ao anonimato.

 

O filme com Travolta ou o Studio 54 reflectiam a aura de “glamour” do “disco” e a sua dimensão popular. Mas, tal como já havia sucedido no passado, continuavam a existir espaços, DJs e produtores que acreditavam em alternativas. Um dos clubes que se manteve fiel a essa política foi o Paradise Garage. Ali, o que contava era a música e o responsável por semelhante política era o DJ residente Larry Levan, falecido em 1992, talvez o mais mítico DJ da história da música de dança. Tudo no cavernoso espaço estava concebido para se sentir a dimensão física da música – a iluminação ténue, o sistema de som que realçava os graves e o ar condicionado que era regulado consoante a música.

 

O “disco” havia nascido como uma celebração do fantástico onde o excesso, o melodrama e o sexo faziam parte da mesma fantasia de néones, servindo de alternativa à institucionalizada música rock. O “disco” desqualificou a hegemonia da música eléctrica, utilizando possibilidades tecnológicas para inventar um novo mundo de lascívia. A cultura rock, baseada em modelos de naturalidade e autenticidade, nunca compreendeu o que se passou à sua volta e tratou de gritar “disco sucks!” na famosa “disco demolion night” de Chicago onde foram queimados milhares de singles. Em 1980, a febre “disco” vacilava, a América conservadora de Reagan queria recuperar a sua posição hegemónica no mundo, as rádios voltaram à fórmula rock e a imprensa começava a interessar-se pela Sida, naquilo que muitos viram como um castigo divino pelos anos anteriores de folia. Mas espaços como o Garage mantiveram a chama do género acesa, prenunciando o house e toda cultura de dança.

 

O “disco” nunca mais se pareceu com os Village People e, tal como havia sucedido no princípio, começou a disseminar-se outra vez, provocando novas contaminações estéticas. Nos canais mais alternativos, através da música house, garage, hip-hop e pós-punk até às vagas disco-punk ou electro dos dias de hoje, e nos espectros mais populares através daqueles que nunca o dispensaram verdadeiramente como os Pet Shop Boys, Madonna, New Order, Dee-Lite, Scissor Sisters e tantos outros.

 

“Haviam-me dito que não duraria mais do que um Verão, mas mais tarde percebi que havia toda uma história para trás por desvendar, que não era bem aquela que me haviam contado, e muito para perceber sobre a sua importância no futuro”, afirmou John Lydon dos Sex Pistols, na sua fase Public Image Ltd, justificando a inspiração “disco” do tema “This is not a love song”. Mas não foi o único a perceber o equívoco.

 

Haviam-nos dito que era música funcional, sem carácter, como se existisse música séria para escutar em casa e irrelevante para a pista de dança. Mas, afinal, com o “disco”, começamos a perceber que a mente também baila e o corpo também pensa. A música popular nunca mais foi a mesma.

 

Texto originalmente publicado no jornal Público em 2004.

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