Rafael

Ensaios, entrevistas, reportagens, reflexões, de hoje, e do passado presente, sobre cultura, música, artes, ideias, sociedade e política. Porque isto anda tudo ligado.

Burial antecipou há 20 anos o vazio onde caímos  
Vítor Belanciano Vítor Belanciano

Burial antecipou há 20 anos o vazio onde caímos  

Estávamos em Maio de 2005 quando aquilo foi editado. Um som sombrio, atmosferas inspiradas pelo dub mas já uma outra coisa, ritmos sincopados adquirindo novas formas, uma névoa no horizonte por entre fragmentos vocais. Era um EP de quatro temas de nome “South London Boroughs”, que foi por estes dias reeditado. O misterioso Burial apresentava-se. Foi há vinte anos.

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O olhar de fora sobre a revolução portuguesa
Vítor Belanciano Vítor Belanciano

O olhar de fora sobre a revolução portuguesa

Entre Abril de 74 e Novembro de 75, Portugal foi o centro do mundo, e fotógrafos chegaram de todo o lado para reportar essa inquietação,. Entre eles, Sebastião Salgado, Serge July, Sylvain Julienne, Alain Mingam, Fausto Giaccone e outros. Está tudo na excelente exposição “Venham mais cinco”, patente em Cacilhas.

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O ódio à igualdade
Vítor Belanciano Vítor Belanciano

O ódio à igualdade

Coabitam na sedução por Ventura, duas lógicas diversas. O desejo de reparação. E a manutenção de privilégios a todo o custo.

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Mujica, o PIB e as eleições: Não há outro futuro porquê?
Vítor Belanciano Vítor Belanciano

Mujica, o PIB e as eleições: Não há outro futuro porquê?

Na morte de Pepe Mujica, e ocasiões semelhantes, os olhos brilham e agarramo-nos ao que nos faz sentir vivos, ao que atribui sentido à existência, ao que produz entendimento. Percebemos que aquilo que consideramos inútil como valor de mercado é tantas vezes o mais útil como valor de vida. Depois, rapidamente, encolhemos os ombros. Porquê?

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Medita-se melhor a caminhar
Vítor Belanciano Vítor Belanciano

Medita-se melhor a caminhar

Deixarmo-nos ir no fluxo da cidade, perdermo-nos nos seus desvios, perceber e ser estimulado pelas suas dissonâncias, desperta-nos, faz-nos estar mais aptos para dialogar com a realidade à volta. Com os outros.

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A Garota do rio Sado e de tanto mar
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A Garota do rio Sado e de tanto mar

“Ferry Gold” é o novo álbum de A Garota Não. Tal como no anterior, parte de personagens, ou de si própria, das suas memórias, vivências ou histórias, para pensar o nosso mundo coletivo em mudança.

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Desbocados, autoritários, cruéis, endinheirados: Os Brutalistas
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Desbocados, autoritários, cruéis, endinheirados: Os Brutalistas

As noções clássicas de neoliberalismo ou capitalismo já não nos situam. O mesmo se aplica aos conceitos tradicionais de fascismo. Há traços, fisionomias e características que se assemelham. Mas também deslocamentos, desvios, torções. Estamos noutra zona. O brutalismo.

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O direito ao litoral!
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O direito ao litoral!

O eixo Setúbal, Troia, Comporta, Melides e Galé, outrora toda uma vasta área de coabitação entre diferentes estilos de vida, classes sociais e disposições, está em perigo. Os equilbrios ambientais, económicos e socioculturais estão postos em causa e existe quem resista.

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Uma banda vital para estes tempos: Model/Actriz
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Uma banda vital para estes tempos: Model/Actriz

Há bandas assim, que conseguem sem aparente grande esforço, com a sua música e atitude, sinalizar um determinado tempo, a partir dos seus primeiros lançamentos. Os nova-iorquinos Model/Actriz do novo álbum “Pirouette” são um desses casos.

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Empatia é fixe. Mas a luta é política
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Empatia é fixe. Mas a luta é política

A tolerância, o cuidado ou a empatia são conceções que devem ser incutidas. Dito isto, tenho um problema com a omnipresença, nos últimos anos, no espaço público, da designação “empatia” quando ela parece corresponder a algo assistencialista que se substituiria à luta politica.

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Rislene: de onde vem esta voz?
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Rislene: de onde vem esta voz?

Ouve-se a sua voz alguns segundos e percebe-se de imediato estarmos em presença de algo especial. Não é apenas a voz. Nunca é. É de como aquela voz jovem transporta memórias, quotidianos difíceis do presente e aspirações de outros futuros.

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Underworld, Jeff Mills e Richie Hawtin: dos anos 90 à atualidade
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Underworld, Jeff Mills e Richie Hawtin: dos anos 90 à atualidade

Nos anos 90, no festival Sónar de Barcelona, os nomes de Jeff Mills e Richie Hawtin (em nome próprio ou como Plastikman) faziam invariavelmente parte do último dia do alinhamento do festival. Este fim-de-semana, agora em Lisboa, na companhia dos Underworld, são o destaque do evento. Os três nomes conseguiram manter uma atividade estimulante e diversa ao longo dos anos.
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Emergência Habitacional
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Emergência Habitacional

Este sábado, Espanha vai sair à rua exigindo a baixa dos preços de arrendamento e compra da habitação, e medidas para recuperar casas vazias ou turísticas. Quem tem acompanhado nos últimos vinte anos a questão em Espanha sabe que ali estão muito à frente, em relação a Portugal, no que toca a tentar enfrentar o problema, mesmo se em Portugal ele é mais grave.

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O charme de Destroyer continua intacto
Vítor Belanciano Vítor Belanciano

O charme de Destroyer continua intacto

Já não constitui surpresa que o canadiano Dan Bejar, mais conhecido pelo pseudónimo Destroyer, é um dos mais brilhantes cantores-compositores contemporâneos, capaz de nos devolver canções pop de complexidade interior com alcance universal. No novo álbum, “Dan’s Boogie”, o seu 14º, isso volta a suceder com naturalidade

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Baile Funk em Portugal: entre o prazer e o incómodo
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Baile Funk em Portugal: entre o prazer e o incómodo

O Luís Osório, um dos comunicadores mais influentes do espaço mediático luso, na rubrica “postal do dia”, num pequeno texto sobre o género musical brasileiro “baile funk”, alude a temas dançados por adolescentes, numa escola, com letras sobre sexo, drogas e violência, que qualifica como sendo “rascas”. O título do texto é: “O funk brasileiro rebenta-nos de pobreza.” O seu exercício é problemático – partir de uma experiência subjetiva, para retratar todo um fenómeno social total, mais até do que um simples género musical, como é o funk brasileiro. Rasura a complexidade do fenómeno, simplificando-o..

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‘Adolescência’, ‘On Falling’ e a banalidade do mal
Vítor Belanciano Vítor Belanciano

‘Adolescência’, ‘On Falling’ e a banalidade do mal

Quis o destino, e eu, que tivesse visto a série de TV “Adolescentes”, e o filme “On Falling”, realizado por Laura Carreira, quase de seguida. Sobre os méritos artísticos de ambos já muito foi escrito e corroboro-os. O lado formal, ambientes e personagens da série, e o realismo social, minucioso e entorpecedor do filme, a fazer lembrar Ken Loach, valem a pena. Já as leituras sociais de alguma surpresa, principalmente no caso da série, dão que pensar.

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A Europa em modo Kit de Sobrevivência
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A Europa em modo Kit de Sobrevivência

Desde que Trump chegou, pela segunda vez, à presidência dos Estados Unidos, que a Europa, ou melhor, a União Europeia, entrou em estado de choque, em delírio, infantilizando-se. Nesta quarta-feira assistiu-se a mais um momento dessa escalada, com as autoridades europeias a recomendarem os cidadãos a terem um Kit de sobrevivência em casa (medicamentos, água e comida) para resistirem 72 horas, perante um evento extremo, como a guerra.

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O artista de olhos bem abertos: JR
Vítor Belanciano Vítor Belanciano

O artista de olhos bem abertos: JR

O seu trabalho tem algo de grandioso, numa linguagem simples, por norma apostando na descontextualização, o que faz dele um caso de grande sucesso, operando a pensar no mercado global. Curiosamente nunca havia exposto a solo em Portugal. A primeira exposição de JR estará na galeria Underdogs, em Lisboa, de 28 de Março a 19 de Abril. Chama-se “JR: Through My Window” e apresenta-nos o trabalho do fotógrafo, artista e ativista francês sob um olhar retrospetivo,.

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