Ensaios, entrevistas, reportagens, reflexões, de hoje, e do passado presente, sobre cultura, música, artes, ideias, sociedade e política. Porque isto anda tudo ligado.

Música que Ouvi nos Primeiros Seis Meses do Ano e Ainda Não Esqueci
John Glacier, Maria Somerville, Model/Actriz, Jenny Hval, Destroyer, A Garota Não, Hesse Kassel, Djrum ou DJ Bebedera. Apenas alguns dos nomes que lançaram álbuns estimulantes nos últimos seis meses.

Crise da Habitação: Há Alturas em que não Conseguimos Ouvir
À boleia de um artigo de opinião publicado esta quarta-feira no The Guardian, assinado pelo investigador Agustin Cocola-Gant, sobre Lisboa, que se viria a tornar viral, muita gente disse que tinha de ser um jornal inglês a falar dos problemas de uma cidade que já foi atraente e acessível, para se tornar em poucos anos numa das mais inacessíveis da Europa, pelo menos para os locais. Não é verdade. Ao longo dos anos existiram muitos avisos sobre o que aí viria.

Dino d’ Santiago, Os Tubarões e Histórias de Cabo Verde em Palco
Este sábado, no festival Med de Loulé, cujo país em destaque é Cabo Verde, pela primeira vez, Os Tubarões vão subir ao palco com Dino na voz em algumas canções. Entre elas, Djonzinho Cabral, uma das que, em 1977, imortalizou Os Tubarões, e também a vida de João Alves Afonso, 102 anos em Abril, que todos conhecem como Djonzinho Cabral

A reinvenção em palco de FKA Twigs e Model/Actriz
Às vezes leva tempo. Desde 2012 que FKA Twigs tem vindo a criar gestos artísticos ousados. Nem sempre foi compreendida. Agora, finalmente, é-o. Percebe-se isso em palco.

Não lutar deixou de ser aceitável
O silêncio, o não tomar posição, o não sair à rua, deixou de ser opção.

Gaza
Tem sido assim há mais de 600 dias em Gaza, bombardeamentos, matança, massacre, mais de 55 mil mortes, mutilações, ruína, genocídio. Até quando?

Burial antecipou há 20 anos o vazio onde caímos
Estávamos em Maio de 2005 quando aquilo foi editado. Um som sombrio, atmosferas inspiradas pelo dub mas já uma outra coisa, ritmos sincopados adquirindo novas formas, uma névoa no horizonte por entre fragmentos vocais. Era um EP de quatro temas de nome “South London Boroughs”, que foi por estes dias reeditado. O misterioso Burial apresentava-se. Foi há vinte anos.

O olhar de fora sobre a revolução portuguesa
Entre Abril de 74 e Novembro de 75, Portugal foi o centro do mundo, e fotógrafos chegaram de todo o lado para reportar essa inquietação,. Entre eles, Sebastião Salgado, Serge July, Sylvain Julienne, Alain Mingam, Fausto Giaccone e outros. Está tudo na excelente exposição “Venham mais cinco”, patente em Cacilhas.

O ódio à igualdade
Coabitam na sedução por Ventura, duas lógicas diversas. O desejo de reparação. E a manutenção de privilégios a todo o custo.

Mujica, o PIB e as eleições: Não há outro futuro porquê?
Na morte de Pepe Mujica, e ocasiões semelhantes, os olhos brilham e agarramo-nos ao que nos faz sentir vivos, ao que atribui sentido à existência, ao que produz entendimento. Percebemos que aquilo que consideramos inútil como valor de mercado é tantas vezes o mais útil como valor de vida. Depois, rapidamente, encolhemos os ombros. Porquê?

Medita-se melhor a caminhar
Deixarmo-nos ir no fluxo da cidade, perdermo-nos nos seus desvios, perceber e ser estimulado pelas suas dissonâncias, desperta-nos, faz-nos estar mais aptos para dialogar com a realidade à volta. Com os outros.

A Garota do rio Sado e de tanto mar
“Ferry Gold” é o novo álbum de A Garota Não. Tal como no anterior, parte de personagens, ou de si própria, das suas memórias, vivências ou histórias, para pensar o nosso mundo coletivo em mudança.

Desbocados, autoritários, cruéis, endinheirados: Os Brutalistas
As noções clássicas de neoliberalismo ou capitalismo já não nos situam. O mesmo se aplica aos conceitos tradicionais de fascismo. Há traços, fisionomias e características que se assemelham. Mas também deslocamentos, desvios, torções. Estamos noutra zona. O brutalismo.

O direito ao litoral!
O eixo Setúbal, Troia, Comporta, Melides e Galé, outrora toda uma vasta área de coabitação entre diferentes estilos de vida, classes sociais e disposições, está em perigo. Os equilbrios ambientais, económicos e socioculturais estão postos em causa e existe quem resista.

Uma banda vital para estes tempos: Model/Actriz
Há bandas assim, que conseguem sem aparente grande esforço, com a sua música e atitude, sinalizar um determinado tempo, a partir dos seus primeiros lançamentos. Os nova-iorquinos Model/Actriz do novo álbum “Pirouette” são um desses casos.

Empatia é fixe. Mas a luta é política
A tolerância, o cuidado ou a empatia são conceções que devem ser incutidas. Dito isto, tenho um problema com a omnipresença, nos últimos anos, no espaço público, da designação “empatia” quando ela parece corresponder a algo assistencialista que se substituiria à luta politica.

Rislene: de onde vem esta voz?
Ouve-se a sua voz alguns segundos e percebe-se de imediato estarmos em presença de algo especial. Não é apenas a voz. Nunca é. É de como aquela voz jovem transporta memórias, quotidianos difíceis do presente e aspirações de outros futuros.

A zanga dos que não foram convidados para a mesa
Dir-se-ia que, na base da pirâmide social, temos os defraudados do sistema, e no topo os que o abraçaram por excesso, sendo que os segundos instrumentalizam a zanga dos primeiros.

Fidju Kitxora: O melhor que aconteceu por aqui
Vi-os três vezes ao vivo. E foi sempre diferente e extraordinário. Em Guimarães foi puro transe.

Underworld, Jeff Mills e Richie Hawtin: dos anos 90 à atualidade
Nos anos 90, no festival Sónar de Barcelona, os nomes de Jeff Mills e Richie Hawtin (em nome próprio ou como Plastikman) faziam invariavelmente parte do último dia do alinhamento do festival. Este fim-de-semana, agora em Lisboa, na companhia dos Underworld, são o destaque do evento. Os três nomes conseguiram manter uma atividade estimulante e diversa ao longo dos anos.